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As obras da Linha Leste do Metropolitano de Fortaleza, também conhecido popularmente como Metrô de Fortaleza ou Metrofor, ligando o Centro ao bairro Edson Queiroz, foram iniciadas em novembro de 2013. A promessa era de que, integrada com outros meios de transporte, atenderia a 400 mil usuários por dia, com viagens de 17 minutos por percurso.

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No projeto original a linha terá doze estações subterrâneas: Estação Chico da Silva Leste (fazendo integração com a Linha Sul), Estação Catedral, Colégio Militar, Luíza Távora, Nunes Valente, Leonardo Mota, Papicu, HGF, Cidade 2.000, Bárbara de Alencar, Centro de Eventos e Edson Queiroz. E a Estação Tirol, sob superfície, fazendo integração com a Linha Oeste, somando, ao todo, 13,2 km de extensão.

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LINHA LESTE:

o projeto, a promessa

Quatro anos de interdição da ainda inexistente Linha Leste

No início de 2015, no entanto, as obras foram paralisadas. E, de acordo com Marco da Escóssia, assessor de comunicação da Secretaria de Infraestrutura do Estado do Ceará (Seinfra), a empresa Cetenco desistiu de continuar tocando o empreendimento e a consequente reformulação societária do consórcio Cetenco-Acciona, que executava as obras. O consórcio foi reformulado e teve a denominação e a composição alteradas para Consórcio Metrô Linha Leste Fortaleza, formado pelas empresas Acciona Infraestructuras S/A e Construtora Marquise S/A, que passou a ser a líder do consórcio.

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Escóssia afirma que as tratativas de retomada das obras são permanentes, com reuniões junto aos órgãos federais (Ministério das Cidades e BNDES), já que o Governo do Ceará aguarda repasse de verbas garantidas pelo Governo Federal. Ele ressalta que estão sendo estudadas mudanças no projeto original com o intuito de reduzir custos e facilitar a liberação dos recursos pendentes para uma retomada mais rápida da obra. Mas, que o novo cronograma só poderá ser reestabelecido quando as obras forem reiniciadas. Atualmente, a obra da Linha Leste está orçada em R$ 2,3 bilhões

 

A Linha Leste sairá do Tirol, passando pelo Centro, seguindo a calha da Avenida Santos Dumont, passando pelo terminal Papicu, onde ocorrerão as integrações com o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e Terminal de Ônibus do Papicu. O percurso continuará pela área do HGF e Cidade 2000, em direção à Estação Bárbara de Alencar, já no bairro Edson Queiroz.

 

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TOPO

Eveliny Vieira, veterinária e comerciante do entorno da estação Colégio Militar. (Foto do arquivo pessoal)

O TRAJETO

A partir daí a linha segue sob a Avenida Washington Soares, atendendo ao Centro de Eventos do Ceará - CEC, Fórum Clóvis Beviláqua e universidades próximas, solucionando os problemas de mobilidade urbana da região. Com todas as integrações, o projeto se torna um marco no desenvolvimento da cidade de Fortaleza, atendendo com rapidez, segurança e conforto seus usuários e melhorando a qualidade de vida da população

 

Estação Colégio Militar:

opinião e expectativa dos moradores

Eveliny Vieira, médica veterinária abriu a clínica Evet há pouco mais de um ano, próximo à futura estação do Colégio Militar. Para ela, a paralisação das obras trouxe prejuízo para seu comércio. Desde demissão de funcionário, que contava com a estação prometida, quanto à redução do horário de funcionamento, devido ao aumento da insegurança no local, causada pela falta de iluminação na praça.

 

 

Ela defende que não seria usuária do Metrofor, por ter veículo próprio, mas que gostaria que as obras tivessem continuado. Quando pensou em colocar uma clínica veterinária na região, levou em conta a possibilidade de uma estação de metrô como algo positivo. Isto tanto para seus funcionários que se beneficiariam, levando menos tempo para chegar ao trabalho, quanto à clínica, que teria maior visibilidade, dado ao número de pessoas transitando no local.

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Para outros comerciantes, como José Bias, que trabalha há oito anos na Banca Fortaleza, localizada na Praça da Bandeira, as coisas não andaram bem. Ele alega ter sofrido muitos transtornos desde o momento da interdição. Em 2013, quando foi informado da interdição, recebeu a proposta de mudar sua banca de local até a conclusão das obras e aceitou. A mudança, no entanto, nunca aconteceu. Passou pouco mais de dois anos parado, aguardando a promessa se cumprir. Nesse período, sua banca estava dentro da área cercada por tapumes.

 

 

Somente após acionar um advogado, José Bias conseguiu reaver seu local de trabalho. Os tapumes passaram a ficar por trás da banca de jornal. Ele diz que se não fosse aposentado, teria passado necessidades, em decorrência do período em que ficou aguardando a retirada da banca do ponto original na Avenida Santos Dumont para frente da Igreja Cristo Rei, na Rua Nogueira Acioli, local escolhido por ele mesmo.
 

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José Bias denuncia também a insegurança que tomou conta do local após abandono das obras. Reclama que nunca havia sido assaltado no local até a interdição, mas que quando reabriu a banca foi assaltado. E ainda viu assaltos acontecerem na parada de ônibus em frente a sua banca. O aposentado afirma, no entanto, que gostaria que a estação estivesse pronta, pois além de ser usuário, para ida e vinda diária do trabalho para casa, aumentaria sua clientela na banca de jornal.

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Estação Colégio Militar

RETIRADA DOS TAPUMES

No dia vinte e dois de novembro a Seinfra divulgou a decisão de retiradas dos tapumes e materiais que ocupam os canteiros de obra em frente ao Colégio Militar e na Av. Washington Soares, em frente ao Fórum Clóvis Beviláqua.

 

No dia 29 do mesmo mês, em uma reunião no salão paroquial da Igreja Cristo Rei, a comunidade do entorno da praça (onde será a estação Colégio Militar) se reuniu com alguns dos responsáveis pelo Metrofor e pela praça. Estavam presentes: João Menescal, diretor de implantação Metrofor; Mércia de Albuquerque, chefe do distrito de meio ambiente da Secretaria Executiva Regional II, mediando a conversa; Eugenio Girão, gestão de praças da Secretaria do Centro; vereador Marcio Martins; deputado Elmano de Freitas e uma representante da Secretaria de Trabalho, Desenvolvimento Social e Combate à Fome (SETRA).

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Uma das integrantes do grupo que representa a comunidade nessas reuniões é Adriana Maria, comerciante do local. Segundo ela, não houve comunicação prévia á comunidade e comerciantes da Rua Franklin Távora, quanto à interdição e mudanças em relação à mobilidade no entorno da praça da Bandeira.

 

De acordo com a comerciante, nos primeiros dias após a interdição, os usuários do transporte público pediam informações aos comerciantes. Eles, porém, não conseguiam ajudar, pois também não estavam cientes da mudança. Adriana considera ainda que houve uma significativa redução nas vendas em sua loja após a interdição e mudança de parada de ônibus, além do aumento de assaltos no local, resultante do abandono da praça, após paralisação da obra.

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O grupo de moradores do qual Adriana faz parte vem se reunindo desde a paralisação das obras na praça, para mover ações por meio de abaixo assinado para que mudanças sejam feitas. Dentre elas, reabertura da Av. Santos Dumont; realocação das paradas de ônibus para os pontos de origem; retirada de tapumes; e agora reforma da praça. Para ela, ainda há muito a ser feito, cobra revitalização e reforma da Praça da Bandeira, mas que está satisfeita com o início da retirada dos tapumes. Na reunião, diante da promessa de retomada da praça e retirada dos materiais, Adriana declarou, com franqueza:

 

o que me deixa feliz, como comunidade, é que treinei minha cidadania”.

João Menescal, diretor de implantação Metrofor. (Foto retirada do quadro de gestores no site Metrofor)

Um pouco mais tarde na mesma reunião, João Menescal, diretor de implantação Metrofor falou sobre a desmobilização de onde seria a estação Colégio Militar:

 

Não existe verba nem recurso para dar continuidade à obra. Devolveremos, portanto, a praça até o fim deste ano. E, em no máximo cinco dias úteis, todos os tapumes estarão retirados”.

É o que toda a comunidade espera...

 

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